quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010

Amigos e amigas

aproveitando o clima de retrospectivas de fim de ano, resolvi fazer um post curtíssimo (será mesmo?) para elencar os melhores restaurantes que tive a oportunidade de conhecer no ano de 2010. Sobre alguns escrevi posts... De outros, não consegui por pura falta de tempo.


Alguns restaurantes eu não tive a oportunidade de conhecer. Mas, vamos lá... Vamos tentar elencar os melhores numa ordem menos caótica possível:

1) Dos que fui e consegui escrever

Albamar
Escrevi em abril sobre o tradicional Albamar. Reinaugurado no mesmo local - mercado da praça XV - vale uma visita para aproveitar a vista e os peixes. Boa carta de vinhos também. Única crítica: um pouco caro.

Restô Ipanema
Na minha opinião, uma das melhores descobertas. Localizado em Ipanema, o Restô oferece pratos com tendências fortemente francesas. Além do mais, possui um ótimo custo benefício. Foi visitado por mim em maio.

CT Brasserie
Também em maio conheci o CT Brasserie: um bistrô francês bem chic. A comida é excelente... E até inovadora para um típico bistrô. Dizem que a pizza é muito gostosa também. Mas nunca tive coragem de cometer tal sacrilégio: pedir pizza em bistrô. Mas parece que vale, hein?

Don Camillo
Em junho escrevi sobre o Don Camillo. Já o conhecia, mas só escrevi sobre ele após provar o risoto de funghi com trufas. Muito gostoso, mas é um prato para ser comido ou com muita fome, ou de modo compartilhado... Em outras palvras, peça para dividir mesmo! :-)

Le Vin Bistrô
Durante a Copa do Mundo, fui assistir no Le Vin Bistrô do Barra Shopping pra ver que eles estão fazendo direitinho o que a Matriz em SP já faz há tempos. Quem mora na Barra não precisa ir à Ipanema para desfrutar da típica comida francesa que a casa proporciona. Show de bola.

Brasserie do Rosário
Comemos talvez em uma das mesas mais lúdicas: no terceiro andar ao lado da cozinha aberta da patisserie. Ótimas entradas: patê à Campagne, queijos e uma charcuterie de primeira. Pena que fomos lá apenas uma vez... Visitamos lá em agosto.

Alameda Restaurante
Agosto não foi o mês do desgosto. Definitivamente... Tivemos no Alameda, restaurante localizado em Botafogo, onde ficava o restaurante da Chef Flávia Quaresma. O Alameda é especializado em escargot. Para os amantes de Paris e ou da França, é uma oportunidade de estar perto de um dos ícones de sua gastronomia.

Jun Sakamoto
Em novembro, após uma rápida passada em São Paulo, pude escrever sobre o Jun Sakamoto - excelente restaurante de comida japonesa. Tem muitos encantos e descobertas, mas, conforme comentário deixado no post, prepare o bolso também. Mas, vale reforçar: o restaurante, além de servir uma excelente gastronomia japonesa, proporciona também uma aula.

Umas e Ostras
Descoberto por mim em dezembro, este restaurante localizado na Tijuca é imperdível. Para quem gosta de peixes e frutos do mar - tipo de restaurante que carece de oferta no RJ -, é um achado para quem corre o mundo atrás de oportunidades. Ótimo custo benefício! Ótimos peixes na brasa.

Mok Sakeria
Quase tocando o gongo do término de 2010, em uma comemoração especial, pude conhecer o Mok - na minha opinião a maior sensação recente do RJ. Como disse no post "são muitos restaurantes em um" - restaurante japonês, contemporâneo, francês e Sakeria com "Tapas". Vale um retorno ao local para conhecer os outros restaurantes.

Tre Bicchieri
Também nos minutos finais de 2010, escrevi sobre uma descoberta em SP. O Tre Bicchieri é elegante e bom. O custo benefício é que talvez não valha... Ainda muito concorrido por ser uma novidade, a cozinha é boa, mas não justifica os seus preços. Como descrevi, provei um prato maravilhoso - o Tortelli de Pecorino Al Tartufo ... Mas nem todos os pratos possuiam um equilíbrio perfeito - se é que foi claro o meu recado.

Mas o Rio de Janeiro não para... Tanto que fui a diversos restaurantes por aqui mesmo, minha terra natal, e não consegui escrever sobre todos... Na verdade, nem consegui ir a todas as novidades.

2) Dos que fui e não consegui escrever

Sem dúvida nenhuma, o meu amigo Daniel Pinho, Chef do recém inaugurado São Vicente, localizado na antiga e tradicional pizzaria Gatto Pardo, na Lagoa, deve ter sentido a falta do meu post. A minha mensagem, para você Dani, é que foi puro capricho meu... Queria ter retornado, fotografado e não tive tempo. Mas o recado direto é "o seu restaurante é excelente". Uma das maiores e melhores revelações do RJ. O bobozinho é, sem dúvida, baiano. A paleta de cordeiro então... hum. E o filet mignon? Aprovado pela Carol - tarefa difícil, hein?


Esse ano eu também conheci (por email, facebook e telefone) uma artesã, Nina Bellotto, que produz cupcakes maravilhosos, sorvetes deliciosos e cookies desafiadores... Fiquei de escrever sobre a B'nice Cream, fazer uma entrevista com a Chef, mas também não tive tempo, me enrolei e como todos os mortais me esqueci. Ela ainda salvou o meu dia dos namorados, pois me encontrava nas Maldivas em uma ilha que não tinha nem telefone muito menos internet. Fez uma entrega a minha amada, com todo o capricho e carinho que a data inspiraria. Aliás, Nina, você estava no mesmo hotel que eu em SP, durante o fim de semana do show do Paul McCartney! Tentei falar com você mas não consegui! Sorry!


Falando em SP, não consegui escrever sobre o Due Cuochi - na minha opinião foi um dos restaurantes mais interessantes que eu conheci esse ano. Também não escrevi sobre o pastel da feira da Alameda Lorena e do Maní, da chef Helena Rizzo.

Se forçar, aqui tem mais de 100 não escritos.

3) Dos que eu quis ir mas não consegui

Sem dúvida muitos... Tive curiosidade de conhecer o Oro, recém inaugurado, de frente para o célebre Olympe, do Chef Felipe Bronze. Não conheci até hoje o Zazá Bistrô... Será que vale? Não conheci o tão bem falado Quinta, nem retornei ao Don Pascual - o Chef Ferraço me disse que o refurmularia por completo.

Não fui às novas casas de Tapas, Bruscheterias e petiscos espalhadas pelo RJ - Botafogo, Leblon e Ipanema - Venga!, Meza Bar e Prima Bruschetteria.

É... Com tantas novidades, pelo visto o blog sobreviverá!


E o vinho? DOC Monferrato (Castello del Poggio), Camille Giroud, Matilda, Haras de Pirque, Morandé, os ótimos Sauvignon Blanc - que aprendi a gostar depois de minha passagem pela Nova Zelândia... Ufa! Foram tantos bons momentos, tantos vinhos que me ajudaram a celebrar a vida, a consolidar amizades com tantas pessoas, que não tenho dúvida que uma das melhores coisas da vida é Viver Para Comer!

Que assim seja!

2010 também foi um ano que o blog estreitou relações com Anthony Bourdain - ótimo escritor, estou acabando de ler o seu novo livro, o "Medium Raw" - e com outros blogs... Posso citar os blogs gatronômicos da Astrid, A Melhor Garfada - talvez o maior inspirador para o Viver Para Comer; o blog da Cristiana, o Viaje com o Bazzar; o blog "comilão", Alhos, Passas et Maçãs - além de ser, na minha opinião, um dos melhores blogs independentes de SP, inspira o Viver Para Comer a ser cada vez mais técnico; o blog de vinhos Enoblogs, do qual o Viver Para Comer se tornou um associado; o blog de viagens, cada vez mais especializado em gastronomia, da Adriana, conhecida como Dri Everywhere; e, por último, o blog que fala de tudo e qualquer coisa, É Papudimaluco!!!!, do meu amigo Leandro.

Ah... Não posso deixar de agradecer aos meus poucos mas fiéis leitores - todos comentários excelentes -, aos amigos do blog que contribuíram para o blog durante esse ano: Carol, Tiago Prota, Alexandre Moreira. As imensas sugestões de diversos fãs do blog... Lembro das dicas do Manoel, do Fábio Rezende, do Diogo Sakata, do Duda Rochwerger, da Fernanda Quintanilha, do Marquinho "Piloto" de Oliveira (pão de mel da Munik também vale!), do Guilherme Rios Cardozo, do Motta, do Camacho e de outros amigos que não me lembro. Ah, Luís "Magic" Magalhães, você me deu dica de um ótimo restaurante na Austrália (Guillaume at Bennelong). Tina e Marquinhos do Surf também...

Por fim, gostaria de desejar a todos um Feliz 2011 e muita energia positiva.


Beijos e Abraços,

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@viverparacomer

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Tre Bicchieri e o Mottinha

Amigos e amigas,

no dia 20 de novembro, sábado, tive a oportunidade de conhecer um restaurante em São Paulo muito elegante e agradável: Tre Bicchieri. Restaurante de massas, localizado na rua General Menna Barreto, logo atrás do hotel Unique - aquele de arquitetura surpreendente, com um formato de navio. Um restaurante com pratos oscilantes...

Dia 28 de dezembro, terça, celebramos mais um aniversário do Mottinha - amigo do blog e decano gastronômico do nosso pequeno grupo. Uma pessoa da mais alta simplicidade e, ao mesmo tempo, complexo na arte da resenha. Diariamente, não há um almoço em que ele não o transforme em uma celebração total e completa da vida.

No Tre Bicchieri eu comi um Picci Alle Vongole con Calamari, que consiste numa massa cumprida de espessura disfórmica, acompanhada com lulas e Vôngoles. Na minha opinião o prato era gostoso, porém pesado. Muito pesado. No entanto, provei um prato que talvez tenha sido um dos pratos de massa mais gostosos que eu tenha experimentado nos últimos tempos: um Tortelli de Pecorino Al Tartufo, que consiste em uma espécie de ravioli com trufas e pecorino. Divino! Bom, você pode dizer "você foi enganado pelo poder e sabor das trufas." É... Pode ser, mas achei o prato perfeito.


Hoje, celebrando a vida mais uma vez com o Mottinha, comemos no Tarantino... Nosso restaurante velho de guerra.

Não dá para comparar em nada o Tre Bicchieri de SP com o Tarantino: embora os dois sejam de "temática" italiana, o Tre Bicchieri é destinado a competir com os melhores restaurantes italianos de São Paulo. Ainda está longe de ser... Mas tem potencial.

Se não dá para comparar o Tarantino com o Tre Bicchieri, podemos equiparar a felicidade de ter provado o tortelli com manteiga de trufas com a alegria de celebrar a vida, mais uma vez, com o Mottinha. E como eu sei muito bem que o Mottinha, mais do que lugares da moda, gosta mesmo é de um bom prato, mais do que justo essa conjunção energética e espiritual.

Parabéns, Mottinha. Saúde e felicidades!

Cent'anni.

Beijos e Abraços,

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Tre Bicchieri
Rua General Menna Barreto, 765 - Jardim Paulista.
Tel.: (11) 3885-4004.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Mok Sakeria

Amigos e amigas,

recentemete fui celebrar a formatura da Carol no curso de psicologia num restaurante que vinha escutando incessantes elogios de diversas pessoas, de diveras tribos diferentes: Mok Sakeria.


Localizado na Dias Ferreira, no Leblon, o Mok abriu não faz muito tempo. Esta rua virou sinônimo de restaurantes e das personalidades famosas do nosso cotidiano. Se bem que acho difícil aparecer um novo restaurante por lá: a especulação imobiliária alcançou preços históricos no Rio, de um modo geral, e na Dias Ferreira, em particular - recentemente saiu uma notícia de que o Alex Atala havia desistido de locar um imóvel nesta rua para a sua filial carioca do "Dalva e Dito", em função das exorbitantes luvas de R$ 3,5 milhões cobradas.

Em outras palavras, qualquer novo restaurante nesta área mostra que o empreendedor teve muita coragem, pois faça a conta quantos pratos terão que ser vendidos para empatar apenas com as luvas milhionárias cobradas!

O Mok é um restaurante que reúne dois Chefs laureados: o Chef Pierre Landry, que era o Chef do Le Saint Honoré, no topo do hotel Meridien, e o Sous-Chef, que cuida dos Sushis, Takashi, que pelo que escutei era o Sushiman do Madame Butterfly em seus tempos áureos. Com essa combinação, o Mok é na verdade muitos restaurantes em um. É uma Sakeria com muitos petiscos, é um sushibar e também um restaurante contemporâneo! Ufa...


Pedimos um drink de entrada a base de sakê, gengibre e tangerina - refrescante e surpeendente. Para acompanhar pedimos dois petiscos: lulas crocantes e salmão em pequenos discos de bijou de tapioca... Todos deliciosos.

Dentre todas as possibilidades do cardápio escolhemos um combinado japonês para defrutarmos. Pedimos o Combinado Takashi, que leva o nome do sushiman por ser feito pelo próprio, com os ingredientes que ele possuir de melhor qualidade no dia.

São apenas 20 ou 22 peças. Mas realmente vale. Vale mesmo!

A maioria eram sushis... E todos muito gostosos: salmão brulê com rúcula e limão siciliano, enrolados de ovas de salmão com gema de ovo de codorna, congro negro com limão siciliano, atum com foie gras, peixe serra, namorado com fleur du sel, peixe branco com cogumelo e uns sashimis de polvo com um tempero picante não identificado.


Recentemente escrevi sobre o Jun Sakamoto. Posso garantir que o Mok não fica muito atrás dele. Acredito que o diferencial do Jun Sakamoto é em relação à apresentação e detalhes dos peixes servidos.

No entanto o Mok tem uma vantagem pra mim que sou carioca - fica no RJ. Além de ser mais barato também... Mas não muito: tem um menu degustação no cardápio que é no mesmo patamar do Jun Sakamoto.

Uma outra vantagem do Mok, como já disse, é que lá é também um restaurante contemporâneo o que é um convite para retornar a casa. Aliás, espero retornar para conhecer essa outra faceta do Mok. Em breve!
;-)

Beijos e abraço

ps. Além do Mok há também o Mini Mok que ainda faz entregas em casa.

Beijos e Abraços,

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Mok SakebarRua Dias Ferreira, 78 loja B - Leblon.
Tel.: (21) 2512-6526.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Quem gosta de pão?

Amigos e amigas,

essa semana tive a oportunidade de conhecer a padaria La Bicyclette, localizada no Jardim Botânico, em frente à Rede Globo, na rua Pacheco Leão. Mais um local no Rio que me foi indicado por um não carioca, no caso o amigo do Viver Para Comer, que já até postou sobre Cervejas aqui mesmo, Alexandre Moreira.


Realmente nunca escrevi sobre pão ou padarias. Mas a verdade é que há diversas padarias de alto nível atualmente no Rio. Entre elas, La Bicyclette, é claro! E o fato de não ter escrito nada sobre pão é talvez um dos maiores pecados deste blog. Eu costumo falar que se só pudesse existir um alimento na terra, eu rezaria aos deuses para que mantivessem a existência do pão... Em segundo lugar o queijo... Mas, sobretudo, eu sou apaixonado por pães e, em particular, pelos baguetes de casca mais dura.

Aliás, uma coisa que eu gostaria de saber fazer é pão... Ao menos os pães que eu gosto de comer. De todas as profissões existentes no planeta, a que me parece ser uma das mais poéticas é "padeiro-panificador" de uma cidade pequena: produzir uma massa, com todo o capricho necessário em cima de um tabuleiro, bem cedo pela manhã, que será consumida por toda a cidade em alguns minutos... Diariamente...

É... Mesmo com toda a poesia, é uma profissão de muita responsabilidade! Uma fornada ruim levou a população inteira, de um pequeno vilarejo, literalmente a loucura no interior da França após a 2ª guerra mundial. Supeita-se de fungos alucinógenos na farinha.

Bom, de modo a redimir o meu pecado de forma indiscutível, ao conhecer o La Bicyclette, que além de padaria é também um café, não tive dúvida de qual "pão-padaria" tinha que escrever. Adicionalmente ao meu post, em breve lançarei uma enquete sobre o melhor pão do Rio de Janeiro.

La Byciclette, pelo que eu me informei, é uma padaria que funciona há pouco tempo no Jardim Botânico, mas há muito tempo de modo informal... Isto é explicado pelo fato dos donos, o francês Henri Forcellino e sua esposa brasileira Ana Paula Gentil, já venderem pães há tempo e entrgá-los através de uma bicicleta - daí o nome La Bicyclette.

A loja é muito bonita e muito bem decorada, com madeiras claras que dão um ar aconchegante de casa de campo. Há um garçom que fala francês e que atende as mesas preparadas para lanches, cafés e guloseimas.

Pedi 3 tipos de pães: baguete, croissants et uma ciabatta. Todos os pães são maravilhosos. No entanto se você gosta de baguete com a casca mais dura, assim como eu, não deixe de experimentá-lo. Vale comentar que o Alexandre, quem me indicou La Bicyclette, recomenda muito o brioche da casa.

O mais interessante é que eles fazem entregas - de bicicleta, é claro!

Taí uma dica que eu não conhceia, mas que é excelente!

Desejo um Feliz Natal a todos e que o Papai Noel traga muitas coisas gosotosas!

Beijos e Abraços,

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@viverparacomer


La Bicyclette
Rua Pacheco Leão, 320 Loja D - Jardim Botânico.
Tel.: (21) 3256-9052 ou (21) 9531-5010.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Lembranças de San Francisco

Amigos e amigas,

escrevo este post com o intuito de compartilhar algumas lembranças positivas e negativas, no campo gastronômico, de uma viagem que fiz. É um post, como diria a Dri Everywhere, do tipo "Serviço de Atendimento aos Leitores" (S.A.L) que pode contribuir, ou não, para o planejamento da sua próxima viagem... Espero que gostem. ;-)


Há mais ou menos uns 3 anos atrás fui para San Francisco - uma viagem que vale muito a pena fazer, principalmente se você tiver a oportunidade de descer a linda Highway One até San Diego. Nesta viagem, eu percebi algumas dificuladades pra quem vai a restaurantes no exterior, que valem a pena comentar...

Lembro que no primeiro dia em San Fran, fomos a um restaurante almoçar. Antes de viajar, pensei comigo que seria fácil me comunicar por lá, pois havia estudado inglês uns dez anos... E se tinha me dado bem em Paris, não seria difícil me comunicar nos EUA.

Mas não foi bem assim... Se você não está praticando inglês há um tempo (no meu caso, se eu tinha estudado uns 10 anos, havia também uns 10 anos que não praticava) e se o inglês não é a sua língua materna, ou se você nunca fez um intercâmbio de média duração - assim como eu -, por mais que você esteja lendo constantemente em inglês ou veja filmes 'made USA', posso te garantir que a língua enferruja e pesa... E como pesa! Lembro que nesse nosso primeiro almoço em um restaurante entre Nob Hill e o Financial District eu comecei a rir comigo mesmo após inúmeras vezes tentar falar um simples "I'd like a bottle of still water!"

Além do inglês 'de se comunicar', existe um outro inglês para qualquer viajante: o inglês gastronômico! Cara, isso você não tem como fugir, pois você vai ter que se alimentar. A não ser que você queira comer todos os dias num Mac Donald's - assim você não terá problema, pois é só pedir: "one big mac meal, please."

O que é squash, kidney, cabbage, scallops, zucchini, surf and turf, snapper, etc? Você vai perguntar, o garçom vai te explicar e mesmo assim você não vai entender... Tenta explicar para você mesmo o que é vongôle ou terrine em português... Se você sabe, é fácil. Mas se você não sabe, não adianta. Imagina em inglês. Ou você conhece, ou não conhece o significado... Aí, só pedindo mesmo pra ver o que é. O pior é que muitas das dúvidas de vocabulário gastronômico em inglês (ou em qualquer outra língua) você conhece o alimento/ingrediente/tempero. Basta saber se você realmente gosta - é aí que mora o perigo; principalmente se você tem alergias!

Recomendo estudar, antes de viajar, tais vocábulos: do que você mais gosta e principalmente do que você não suporta.

Mas vamos lá... Seria recomendável, mesmo assim, que você não se intimidasse e não deixasse de ir a algum restaurante - é inconcebível pensar em ir ao Mac Donald's durante todos os dias de viagem. Bom, ir a um bom restaurante (ou a um restaurante sem ser de grandes redes) em uma viagem é defensável por pelo menos dois motivos: primeiro, para você comer bem e, segundo, porque não deixa de ser um complemento cultural de qualquer viagem conhecer os hábitos gastronômicos locais. Sem falar que os restaurantes no exterior são mais baratos do que no Brasil, se comparar restaurantes da mesma categoria - na minha opinião, os restaurantes brasileiros são os mais caros do mundo.

Bom, lógico que tudo depende... Mas se você gostaria de ir ao menos em um restaurante em sua viagem recomendo muito que, primeiramente, você procure indicações dos restaurantes locais, perguntando no hotel, ou simplesmente comprando um desses guias locais, tipo Michelin ou Zagat (adorado pelos americanos). Estes guias são importantes também para você saber o quanto, em média, o restaurante desejado cobra e verificar se o custo deste está de acordo com o seu bolso.

Lembro da gente no hotel selecionando um restaurante dentre muitos em uma revista disponível no nosso quarto. Escolhemos um restaurante que ficava a 100 metros do nosso hotel e era indicado para a comemoração do Valentine's Day, que se aproximava. Como estava frio para dedéu (San Francisco no inverno é bem frio) e este restaurante ficava muito perto do nosso hotel, não tivemos dúvida e fomos "com tudo".

O restaurante era lindo, muito confortável e super elegante. Extremamente romântico. Ele se chamava Fleur de Lys - french cuisine, claro. O serviço era muito simpático e atencioso, a comida era muito sofisticada e também muito boa. E o preço? Muito superior ao que planejava gastar durante as minhas três noites em San Fran - essa é uma das pegadinhas que estamos suscetíveis em viagens.

Mas tem remédio pra isso: estudar! De novo: recomendo os guias citados acima. Recomendação de amigo? Blogs? Se você confia, lógico - se não, eu não estaria escrevendo aqui, né? Recomendação de agência de turismo e revistas de viagem brasileiras? Hum... Posso contar sobre duas indicações gastronômicas de revistas de viagem...

A primeira: Caffè Trieste. Nos falaram que era excelente, imperdível e que havia um capuccino maravilhoso. De acordo com a reportagem, Francis Ford Coppola havia escrito o roteiro do Poderoso Chefão em uma de sua mesas. "Vamos lá!", disse pra mim mesmo. A realidade é que o cappucino era igual a qualquer outro, o atendimento era péssimo e o restaurante tinha um aspecto de sujo. E o Coppola? Acho que tinha um poster do Poderoso Chefão e só!

No entanto, uma indicação positiva de uma destas revistas de viagens foi a de tomar um café da manhã no Mama's on Washington Square. Muito popular e com aquele estilo de café da manhã americano, o Mama's é de uma simplicidade enorme. O breakfast servido lá era sensacional. E, mesmo lotado, todos os atendentes foram extremamente atenciosos.

Bom, aí você vai dizer "não preciso de guia", é só seguir os conselhos das agências/revistas. Pode ser, mas eu tive 50% de sucesso seguindo tais conselhos, né? No Zagat de San Fran, por exemplo, você vê que o Mama's é super bem cotado e o Caffè Trieste nem citado é - 100% de acerto, rs.

Se North Beach de SF é o berço da contracultura do movimento beatnik, onde viveram Jack Kerouac e William Burroughs, Fishman's Wharf é onde os leões marinhos pegam um sol, de frente para a ilha de alcatraz. E é lá mesmo que se encontra o mercado de peixes, onde é possível comer uma lula à dorê deliciosa, em uma das inúmeras barraquinhas. Ah... Mas comida de rua? É... Isso não tá em nenhum dos guias! Mas não tenha preconceito de comer, onde existir consumidores "vivos" em volta. Eles são a prova real de que a comida é boa! Aliás, isso sim é viajar.

Who's next?



Ps. A Carol não quer que eu termine esse post sem comentar sobre a loja da Ghirardelli localizada em uma das fábricas dela, em frente à famosa Golden Gate. É chocolate bem doce, hein? Chocólatra nenhum botará defeito. Peçam o tal do Sundae Hot fudge!

Ps2. Aproveitando que citei Jack Kerouac: para quem for a San Francisco e quiser se aventurar na Highway One até San Diego, uma boa dica é que leiam o livro que eternizou a rota 66: Pé Na Estrada (On The Road). Embora ele se concentre mais na travessia do leste para o oeste, feita por Kerouac, o livro transmite bem o espírito de se aventurar pelas estradas norte-americanas. Sem falar no estilo dos beatniks que ainda impregna em San Fran.

Beijos e Abraços,

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@viverparacomer


1) Fleur de Lys777 Sutter Street - San Francisco.
Tel.: (415) 673-7779.


2) Caffè Trieste601 Vallejo Steet - San Francisco.
Tel.: (415) 392-6739.


3) Mama's On Washington Square1701 Stockton Steet (at Filbert) - San Francisco.
Tel.: (415) 362-6421.


4) Ghirardelli Sqaure900 North Point Street - San Francisco.
Tel.: (415) 775-5500.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Umas e Ostras

Amigos e amigas,

essa semana tive a oportunidade de ir com amigos do trabalho ao restaurante de peixes e frutos do mar, localizado na Tijuca, chamado Umas e Ostras.

Lembro de ter ouvido falar dele em um desses anuários que elegem os melhores restaurantes do Rio de Janeiro - aliás, preciso confessar que estou desgostando cada vez mais desses anuários. Pegue o exemplo da eleição da Veja Rio do melhor restaurante de peixe do RJ dos últimos 3/4 anos. Nos biênios anteriores a 2006/2007, quase todos os jurados votaram no Satyricon. No biênio 2007/2008 todos votaram no recém inaugurado Fasano Al Mare. E nos dois biênios seguintes, 2009/2010 e 2010/2011, quase todos os jurados votaram novamente no Satyricon. Me pergunto se o que teria norteado os juris ao elegereem o Fasano Al Mare em 2007/2008 tenha sido o modismo (que não se concretizou) ou o apelo publicitário. Lógico que alguns críticos não trocaram o certo pelo incerto: Rodolfo Garcia, crítico que acompanho há anos, não sucumbiu a nenhum pseudo-modismo.


Voltando ao Umas e Ostras, chegamos por voltas das 2 da tarde. O restaurante fica localizado em um casarão bem agradável e bem despojado. Assim que cheguei lá me lembrei que moramos no RJ e há tão poucos restaurantes de peixes e frutos do mar que não dá para entender!

Estávamos em um grupo de 5 pessoas e pedimos uma porção de 20 pasteizinhos - a maioria de camarão. Todos excelentes e realmente com camarão nos recheios.

Todos pedimos congro rosa na brasa - acompanhado de arroz de camarão e de arroz de brócolis. Eu combinei o meu congro na brasa com arroz com camarão, muito bom para quem gosta de coentro, camarão e demais temperos. Um toque de azeite na mesa, praticamente transformava esse arroz numa refeição por si só!


Vale comentar sobre o peixe: excelente! Grelhado no ponto certo, o peixe veio com o gosto leve do congro e do tempero proporcionado pela brasa.

Ao chegar toda a comida, ainda fomos brindados com uma garrafa de vinho branco, Cavalleri chardonnay.

Combinação perfeita, ainda mais para um almoço com diversos amigos.

Agora, o que realmente posso garantir, após tantas coisas gostosas que comemos, é que o ambiente do restaurante é muito agradável - ao menos foi naquele almoço durante a semana. E, talvez, o ingrediente principal para o ambiente tão agradável proporcionado pelo restaurante seja o atendimento do garçons... Fomos extremamente paparicados por pelo menos dois simpáticos garçons - um que parecia ser mais novo, e um segundo old school total! E isto deve ser valorizado, pois com tantos restaurantes com péssimo serviço no Rio, é de se exaltar os restaurantes que nos atendem bem, de forma simpática e despretensiosa.


Espero que o nosso diretor financeiro leia esse post, pois tenho certeza que, caso ele saiba das delícias proporcionadas por este almoço - somente possível pelo encontro da área financeira -, ele, não só vai realizar mais encontros financeiros, como também participará dos próximos almoços conosco.

Beijos e Abraços,

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@viverparacomer


Umas e Ostras
Rua Barão de Mesquita, 235 - Tijuca.
Tel.: (21) 2568-7128.

Quem sou eu

Minha foto
Olá, sou carioca e um grande apreciador de um bom prato. Com este intuito, tentarei escrever as minhas impressões sobre os restaurantes em que eu vier a comer - descrevendo qualidades e defeitos de cada um. Caso tenha o interesse de complementar as minhas opiniões, por favor, não deixe de contribuir. Restaurantes bons devem ser vangloriados, enquanto restaurantes ruins devem ser evitados. Não concorda? Então, vamos lá... Mãos ao garfo!