quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Alameda Restaurante

Amigos e amigas,

trago uma novidade, ao menos para mim, que é o Alameda Restaurante. Localizado na mesma localização em que ficava o Carême da Flávia Quaresma, naquele centrinho gastronômico de Botafogo. A minha ida ao Alameda teve indicação do Manoel - amigo do blog e super antenado com as novidades gastronômicas no RJ. Ele me falou "Henrique, não deixe de ir ao Alameda... É sensacional."

Depois destas credenciais, tive que ir conferir a veracidade dos fatos.



Como não conheci o Carême, não sei quanto o salão mudou. Mas posso dizer que ele não é muito grande, e há um bar no final do salão. A decoração é austera e, de modo resumido, o ambiente é confortável e convidativo para se beber um vinho. Principalmente, para acompanhar a especialidade do restaurante...

A especialidade do restaurante é... Escargot. Calma!

Bom, sei que... Aqui no Rio não há uma grande tradição de escargots e muita gente não consegue se imaginar comendo aqueles bichinhos... Eu mesmo, até pouco tempo, não pensava que podia comê-los. No entanto, durante uma viagem que fiz a Paris, marquei de encontrar com o meu amigo Bertrand (salut mon ami, je crois que tu arriveras ici dans quelques jours, c'est pas?) e sua esposa, Olympe, em um bistrô localizado no Marché de Saint-Honoré.



Ao sentarmos, ele me perguntou se eu queria um pratinho de escargot. Lhe disse que tinha receio de pedi-los e até mesmo duvidava se teria coragem. Ele replicou e disse em um português carregado de sotaque "Aqui é o melhor lugar para experimentá-los... E, além do mais é um prato vraiment français".

Aceitei o desafio e adorei. Recentemente indiquei a um casal de amigos, que me pediam sugestões do que fazer em Paris, para que não deixassem de provar os escargots parisienses.

E o Alameda? Este se propõe a ser um restaurante de escargot, mas há outras opções no cardápio para aqueles que não aceitam em hipótese alguma a idéia de comê-los.



Primeiramente nos foi servido um couvert bem gostoso, mas podia, na minha opinião, ser um pouco mais farto. Junto com o couvert, pedi uma garrafa pequena (375 ml) de vinho tinto, vinho chileno, Viu Manent, reserva estate collection, Carmenère, safra 2008: excelente! Guardado sobre uma temperatura ideal, é o contraponto perfeito para qualquer pedido um pouco mais, como poderia dizer... pesado.

Pedi de entrada um pratinho com seis escargots à bourguignonne - é o clássico, feito com manteiga, salsa e alho. Posso garantir que não perdia em nada para os escargots franceses. O molho de manteiga, embora gorduroso, é muito saboroso e duvido que alguém não o experimente na própria concha, após ter degustados todos os escargots.



De prato principal pedi um magret de canard ao molho reduzido de jabuticaba, com batatas gratinadas. O magret de canard é o peito do pato, mas vale ressaltar que é um prato também pesado, gorduroso... Servido mal passado, com a carne bem rosácea e com aquela capa de gordura em cima, o clássico francês combinou perfeitamente com a nossa jabuticaba - impressionante!

Bem, devido a minha dieta de doces, parei por aqui... Mas me relataram que o petit gâteau de doce de leite com sorvete de vanila (no cardápio é sorvete de queijo) é sensacional.

Outras comidas bem comentadas foram o filet de tilápia, risoto trufado de cogumelos silvestres e a entrada de polenta com escargot.

É, fica a dica... Mas depois não venha me dizer que trocou a feijoada típica das sextas pelos escargots do Alameda, hein?

Beijos e abraços,

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@viverparacomer


Alameda Restaurante
Rua Visconde de Caravelas, 114 - Botafogo
Tel.: (21) 2527-9662

sábado, 14 de agosto de 2010

Brasserie Rosário

Amigos e amigas,

Após algumas aventuras gastronômicas fracassadas, tive uma boa experiência em um restaurante que não conhecia, do centro do Rio: o Brasserie Rosário. Localizado na rua do Rosário, próximo do Centro Cultural do Banco do Brasil.


Na verdade a Brasserie Rosário são muitos no mesmo ambiente: uma padaria, uma confeitaria, uma casa de chá e um restaurante. Restaurante com pé direito altíssimo, em cada andar, em que a escada conduz, há uma cozinha, independente, que produz doces, pães, etc. No último andar (mais ou menos no quinto andar) há a cozinha do restaurante propriamente.

O ambiente é bem interessante, sendo que a casa escolhida para abrigar o Brasserie é uma daquelas velhas casas do Centro totalmente reformada. Nos dois primeiros andares estão dispostas as mesas do restaurante. O garçom que nos recepcionou, de forma convidativa, providenciou uma mesa para o nosso grupo (de três pessoas) no terceiro andar - onde está localizada a cozinha da Patissérie do restuarante - já que, devido o restaurante estar cheio, foi totalmente improvisada.


O nosso decano, Mottinha, emocionado com tanta cortesia pediu uma entrada que consistia em patê Campagne, manteiga, diversos pães (de azeitona, de curry, etc), pasta de gorgonzola e presunto cru. Para acompanhar esta entrada Mottinha ainda pediu uma garrafa de vinho tinto - que na sua opinião é um vinho casual, nada especial - mas que todos gostaram muito: Morandé Pionera, Cabernet Sauvignon, diretamente do Chile.

"Henrique, não vai comentar no blog sobre esse vinho, pois ele não tem nada de especial". Tarde demais Mottinha... Como todos nós bebemos e ficamos satisfeitos, não há por que não comentar.


Verdade verdadeira é que se parássemos o almoço pela entrada já estava mais do que suficiente. Vieram muitos pães e tudo estava muito bom.

No entanto, como a gula é na maioria das vezes um dos pecados mais irresistíveis, pedimos um dos pratos sugerido pelo garçom: filet mignon ao molho bordelaise com batatinhas, shitakes e ervas. O diferencial deste filet mignon era o seu preparo através de um poeler - pelo que eu entendi, essa técnica primeiramente cozinha a carne no vapor e depois a frita sob a menor quantidade de líquido possível. O Resultado é uma carne extremamente macia.



Única ressalva que faço é que, em minha opinião, a carne foi servida em uma temperatura ligeiramente abaixo da ideal. Não valia pedir para acertar a temperatura, pois realmente era um pequeno detalhe. Mas tal detalhe talvez possa ser explicado pelo fato de que o restaurante possua duas cozinha - uma mais ou menos no 5º andar, onde são preparados os pratos; e outra no 1º andar, onde os chefs finalizam todos os pratos antes de ir para o salão. Nesse vai e vem, a nossa mesa ficava no 3º andar! Até acomodar tudo algum tempo vital pode ter se perdido de modo que a temperatura do prato tivesse saído do ponto correto.

No entanto, como disse, a temperatura da carne foi um pequeno detalhe... A experiência foi muito positiva e superou a expectativa. O difícil é sair de lá sem nenhum doce já que a vitrine da entrada é um convite ao pecado completo.

Fica a dica para quem gosta e/ou precisa almoçar no centro do Rio.

Beijos e abraços,

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@viverparacomer


Brasserie Rosário
Rua do Rosário, 34 - Centro
Tel.: (21) 2518-3033

sábado, 7 de agosto de 2010

Chega de Ruindade!

Amigos e amigas,

É isso mesmo: por que o Rio de Janeiro tem tanto restaurante com serviços tão ruim? Digo em um contexto geral, mas em particular destaco o atendimento de péssima qualidade...

O pior é que há lugares, como, por exemplo, o Bar Lagoa - na Lagoa Rodrigo de Freitas, que se tornaram ícones de mal atendimento. E pasme, a propaganda dos caras é essa mesma... E, dá certo: tá sempre cheio. Não tem um dia que eu não tenha ido lá, que eu não tenha visto algum ator famoso, artista, ou formador de opinião. O que eles tem em comum? São todos masoquistas: o Bar Lagoa não distingue tratamento a ninguém, todos são mal tratados.



A exemplo do Bar Lagoa, domingo passado fui ao Bar Veloso do Leblon tentar almoçar - tá certo que lá está mais para boteco do que para um restaurante. Mas era isso mesmo que eu queria comer: comida de boteco. O atendimento inicial fluiu entre o grosseiro ao displicente. Tão displicente que o pedido chegou totalmente errado - a picanha "ao ponto", veio bem passada (erro que tem que ser estudado pela NASA, pois o erro comum é pedir "ao ponto" e vir "cru"), a farofa de ovo veio com banana, o arroz veio com cabelo e a batata portuguesa não veio!

Depois de muitas discussões, e depois de um dos garçons ter retirado todo o pedido para refazê-lo, o segundo garçom chegou à mesa e vendo ela vazia perguntou: "agora, veio tudo certo, né?" O nada era o certo? Será que era uma mensagem do garçom para que não comessemos mais alí? Talvez...

Ao final, o garçom ainda cobrou os 10%, mas por algum problema de matemática ou outro qualquer, reparei que os 10% eram na verdade mais de 20%... E a gota d'água: "será que você poderia me pagar os 10% em dinheiro, por fora do cartão?" Acho que pela confusão, desgaste e stress eu não deveria ter pago nem a conta, quanto mais os 10% (que quase me saíram mais de 20%)!

No dia seguinte fui ao Valentina Café & Bistrô - no centro, ao lado do prédio onde trabalho. Cara, se vou no restaurante ao lado, quase geminado ao prédio em que eu trabalho, e o restaurante está vazio, pergunto: como posso demorar mais de 1 hora e meia, entre fazer o pedido e pagar a conta, acompanhado de apenas uma pessoa, que estava com pressa, assim como eu?

Mas a comida estava boa, ao menos? Não... Assim como o serviço, a comida estava ruim. No entanto, admito que o atendimento não veio acompanhado com os bônus "grosseria" e "má vontade"... Apenas da encarnção, por parte do atendente, do saudoso Peter Sellers e do personagem "Garçom Trapalhão", do Didi Mocó.

Outro dia eu vi uma enquete do Claude Troisgros em seu Twitter, onde ele perguntava o que era Alta Gastronomia... Sinceramente eu não sei responder a essa pergunta, mas sei o que é baixa gastronomia... E isso o Rio de Janeiro tem. De montão!

Após o post Cozinha Confidencial ou Maldita, resolvi ler o livro do Anthony Bourdain. Em um de seus capítulos ele fala mais ou menos o seguinte: se o dono/gerente do restaurante não tem cuidado com os garçons e com o atendimento prestado pela casa, imaginem como deve ser a cozinha em que se prepara a comida deste restaurante, local em que precisa ter muito mais pulso, comando e atitude.

Eu não sei... Acho que eu sou refém destes restaurantes, já que muitos restaurantes do Rio de Janeiro pecam pela má qualidade do seu atendimento. Acho que o negócio é tentar minimizar estes problemas rejeitando os mais bizarros... Mas tá cada vez mais difícil.

Sinceramente, espero que o Rio de Janeiro (leia-se nós, cariocas) pela sua conduta de ser um centro de vanguarda no lançamento de costumes, moda e comportamento deveria parar e reavaliar esse Statu Quo dos seus restaurantes... Abrir mão da sua vaidade e importar de São Paulo, Belo Horizonte, NYC ou qualquer outro centro cosmopolita a qualidade nos seus serviços prestados.

Lógico que se pagarmos caro para ir em um restaurante 3 estrelas no Rio, seremos bem atendidos. Mas o bom atendimento não deveria ser restringido a estes restaurantes, como não é em São Paulo. Talvez falte ao Rio a concorrência que há em São Paulo. Mas acredito que podemos ajudar criar essa condição favorável por aqui também.

A ordem deveria ser: consumidores evitem tais "barangas" - vamos nos indignar e deixar de ir nestes "Bar Lagoas" da vida; e proprietários/empresários da área alimentícia invistam em treinamento e primem pela qualidade de seu atendimento. Incessantemente!

Lembrem-se que as Olimpíadas estão aí e novas oportunidades aparecerão nesta área com a exposição da cidade a diversos investidores estrangeiros.

Peço, aos restaurantes ruins, com carinho, que desapareçam!

Beijos e abraços,

ps. Preferi não colocar endereço para que ninguém aparecesse equivocadamente nesses restaurantes... Nem fotos.


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Quem sou eu

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Olá, sou carioca e um grande apreciador de um bom prato. Com este intuito, tentarei escrever as minhas impressões sobre os restaurantes em que eu vier a comer - descrevendo qualidades e defeitos de cada um. Caso tenha o interesse de complementar as minhas opiniões, por favor, não deixe de contribuir. Restaurantes bons devem ser vangloriados, enquanto restaurantes ruins devem ser evitados. Não concorda? Então, vamos lá... Mãos ao garfo!