sábado, 7 de agosto de 2010

Chega de Ruindade!

Amigos e amigas,

É isso mesmo: por que o Rio de Janeiro tem tanto restaurante com serviços tão ruim? Digo em um contexto geral, mas em particular destaco o atendimento de péssima qualidade...

O pior é que há lugares, como, por exemplo, o Bar Lagoa - na Lagoa Rodrigo de Freitas, que se tornaram ícones de mal atendimento. E pasme, a propaganda dos caras é essa mesma... E, dá certo: tá sempre cheio. Não tem um dia que eu não tenha ido lá, que eu não tenha visto algum ator famoso, artista, ou formador de opinião. O que eles tem em comum? São todos masoquistas: o Bar Lagoa não distingue tratamento a ninguém, todos são mal tratados.



A exemplo do Bar Lagoa, domingo passado fui ao Bar Veloso do Leblon tentar almoçar - tá certo que lá está mais para boteco do que para um restaurante. Mas era isso mesmo que eu queria comer: comida de boteco. O atendimento inicial fluiu entre o grosseiro ao displicente. Tão displicente que o pedido chegou totalmente errado - a picanha "ao ponto", veio bem passada (erro que tem que ser estudado pela NASA, pois o erro comum é pedir "ao ponto" e vir "cru"), a farofa de ovo veio com banana, o arroz veio com cabelo e a batata portuguesa não veio!

Depois de muitas discussões, e depois de um dos garçons ter retirado todo o pedido para refazê-lo, o segundo garçom chegou à mesa e vendo ela vazia perguntou: "agora, veio tudo certo, né?" O nada era o certo? Será que era uma mensagem do garçom para que não comessemos mais alí? Talvez...

Ao final, o garçom ainda cobrou os 10%, mas por algum problema de matemática ou outro qualquer, reparei que os 10% eram na verdade mais de 20%... E a gota d'água: "será que você poderia me pagar os 10% em dinheiro, por fora do cartão?" Acho que pela confusão, desgaste e stress eu não deveria ter pago nem a conta, quanto mais os 10% (que quase me saíram mais de 20%)!

No dia seguinte fui ao Valentina Café & Bistrô - no centro, ao lado do prédio onde trabalho. Cara, se vou no restaurante ao lado, quase geminado ao prédio em que eu trabalho, e o restaurante está vazio, pergunto: como posso demorar mais de 1 hora e meia, entre fazer o pedido e pagar a conta, acompanhado de apenas uma pessoa, que estava com pressa, assim como eu?

Mas a comida estava boa, ao menos? Não... Assim como o serviço, a comida estava ruim. No entanto, admito que o atendimento não veio acompanhado com os bônus "grosseria" e "má vontade"... Apenas da encarnção, por parte do atendente, do saudoso Peter Sellers e do personagem "Garçom Trapalhão", do Didi Mocó.

Outro dia eu vi uma enquete do Claude Troisgros em seu Twitter, onde ele perguntava o que era Alta Gastronomia... Sinceramente eu não sei responder a essa pergunta, mas sei o que é baixa gastronomia... E isso o Rio de Janeiro tem. De montão!

Após o post Cozinha Confidencial ou Maldita, resolvi ler o livro do Anthony Bourdain. Em um de seus capítulos ele fala mais ou menos o seguinte: se o dono/gerente do restaurante não tem cuidado com os garçons e com o atendimento prestado pela casa, imaginem como deve ser a cozinha em que se prepara a comida deste restaurante, local em que precisa ter muito mais pulso, comando e atitude.

Eu não sei... Acho que eu sou refém destes restaurantes, já que muitos restaurantes do Rio de Janeiro pecam pela má qualidade do seu atendimento. Acho que o negócio é tentar minimizar estes problemas rejeitando os mais bizarros... Mas tá cada vez mais difícil.

Sinceramente, espero que o Rio de Janeiro (leia-se nós, cariocas) pela sua conduta de ser um centro de vanguarda no lançamento de costumes, moda e comportamento deveria parar e reavaliar esse Statu Quo dos seus restaurantes... Abrir mão da sua vaidade e importar de São Paulo, Belo Horizonte, NYC ou qualquer outro centro cosmopolita a qualidade nos seus serviços prestados.

Lógico que se pagarmos caro para ir em um restaurante 3 estrelas no Rio, seremos bem atendidos. Mas o bom atendimento não deveria ser restringido a estes restaurantes, como não é em São Paulo. Talvez falte ao Rio a concorrência que há em São Paulo. Mas acredito que podemos ajudar criar essa condição favorável por aqui também.

A ordem deveria ser: consumidores evitem tais "barangas" - vamos nos indignar e deixar de ir nestes "Bar Lagoas" da vida; e proprietários/empresários da área alimentícia invistam em treinamento e primem pela qualidade de seu atendimento. Incessantemente!

Lembrem-se que as Olimpíadas estão aí e novas oportunidades aparecerão nesta área com a exposição da cidade a diversos investidores estrangeiros.

Peço, aos restaurantes ruins, com carinho, que desapareçam!

Beijos e abraços,

ps. Preferi não colocar endereço para que ninguém aparecesse equivocadamente nesses restaurantes... Nem fotos.


Twitter
@viverparacomer

2 comentários:

Luzi disse...

Já tive experiências negativas com o atendimento em alguns estabelecimentos no Rio... Um deles, também foi o Veloso. Resultado? Nunca mais voltei.

Henrique Cesar Tupper disse...

Pra complementar o meu Post escutei que foi publicado essa semana que o Veloso está ou teve problemas recentemente com a Vigilância Sanitária.

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Olá, sou carioca e um grande apreciador de um bom prato. Com este intuito, tentarei escrever as minhas impressões sobre os restaurantes em que eu vier a comer - descrevendo qualidades e defeitos de cada um. Caso tenha o interesse de complementar as minhas opiniões, por favor, não deixe de contribuir. Restaurantes bons devem ser vangloriados, enquanto restaurantes ruins devem ser evitados. Não concorda? Então, vamos lá... Mãos ao garfo!