domingo, 9 de novembro de 2008

Boeuf Bourguignon

Amigos e amigas,

Boeuf Bourguignon é uma receita de um típico picadinho metido a besta. Feito à base de um bom vinho da borgonha (é preferível, mas como qualquer vinho da borgonha é caro, a recomendação é que seja feito com um vinho menos caro. A exemplo: qualquer cabernet sauvignon).

O curioso é que qualquer comida francesa possui muita sofisticação ou pompa. No entanto, o Boeuf Bourguignon é a tradução do por que de toda esta sofisticação. A explicação é muito simples: os franceses têm um enorme respeito pela carne. Depois de séculos e séculos em guerra, os franceses aprenderam a não desperdiçar nenhum pedaço. Nem os pedacos menos nobres, como músculo, peito e partes mais duras do boi. As receitas mágicas aparecem de modo que eles consigam transformar carnes mais duras em verdadeiros manjares. Até bem pouco tempo era possível comê-lo no Miam Miam. Não sei se ele ainda se encontra no cardápio permanente da casa.

Através do ritual de preparação do boeuf bourguignon é possível visualizar todos os séculos de história da culinária francesa. Agora, o que muitos não sabem é que a gastronomia francesa não é fácil de se gostar: as comidas são pesadas, gordurosas e, em muitas vezes, são impossíveis de se comer muito.

O boeuf bouguignon não foge a essa regra. Mas é um ótimo prato para servir aos amigos que te fazem uma visita no final de semana. E, ainda por cima, você faz um bonito e tira onda de cozinheiro francês.



Foi justamente o que aconteceu há três finais de semanas quando um casal de amigos veio me visitar, na minha caverna, num sábado frio.

Pensei comigo o que fazer e não tive dúvida. O boeuf bourguignon é um ótimo prato para os dias mais frios. Verdade seja dita, é um prato que dá um trabalhinho, pois tem que começar a prepará-lo no dia anterior. Mas é muito fácil - deixa de preguiça e vamos nessa.

Tentarei compartilhar a minha receita com vocês:

De 4 a 6 pessoas (3 casais) (Lembre-se: se sobrar é uma comida ótima para o dia seguinte)

Etapa 1

Para a Marinada (no mínimo 12 horas antes de comecar a preparar o prato)

- 3 dentes de alhos grandes
- 1 cebola grande
- 1 galho grande de tomilho
- 1 galho grande de alecrim
- 1 galho grande de salsa (ou salsão)
- 1 talo de alho poró
- pimenta do reino a gosto
- se quiser colocar uma pimenta dedo de moça picadinha também vale
- 2 cenouras médias picadas em cubos grandes
- 1,5 kg de Peito, músculo ou alcatra picados em cubos grandes
- uma garrafa de vinho tinto (Cabernet sauvignon, s'il vous-plaît)

Bom, essa parte é bem simples. O problema é que tem que colocar em uma bacia a carne temperada com a pimenta do reino, alho picado e cebola, na marinada do vinho por no mínimo 12 horas. Acrescente a cenoura e o alho poró picado em rodelas finas. Pegue uma gaze e embrulhe o galho de salsa juntamente com o tomilho e o alecrim e os amarre com um barbante (ou fio dental) e jogue na marinada. O nome que se dá para essas ervas ammarradas na marinada é bouquet garni. Utiliza-se o bouquet garni quando queremos temperar algo sem deixar vestígios das ervas depois.



Etapa 2

No dia seguinte, precisaremos:

- de 100 a 200 gramas de bacon em cubinhos (depende da sua preferência)
- 150 gramas de champignon médio em conserva
- 24 cebolas miúdas (échalotes pequenos)
- uma colher de sopa de açúcar
- 1/2 litro de caldo de carne (qualquer marca)
- 1 colher de sopa cheia de farinha
- uma cebola média
- 6 colheres de azeite
- uma porção de Salsinha picada para o grande final
- uma xícara de chá de cachaça

Bom, galera, se chegamos até aqui, não poderemos amarelar. Aviso que essa minha receita é uma mistura de diversas receitas que eu já vi por aí. Depois de tanto fazer e refazer esse prato acredito que eu encontrei a receita que mais me atraiu.

Vamos lá: primeiro, descascamos as 24 cebolinhas e as fritamos. Dica para descascar cebolinhas ou cebolas: colocá-las em água fervendo durante 30 segundos - depois as cascas saem com mais facilidade. Depois delas sem cascas, refogue-as em duas colheres de sopa de azeite. Quando elas entiverem bem transparentes, começando a dourar, coloque uma colher de sopa de açúcar em cima delas e uma xícara de água. Espere a água ferver. Dê mais 5 minutos. Retire as cebolinhas e as reserve.

Frite todo o bacon. Deixe ele ficar crocante - reserve-os também.

Dê uma refogada, em duas colheres de azeite, no champignon. Depois de 5 minutos, os reserve também.

Bom, agora é que começa a brincadeira: retire a carne da marinada. Tente secar o vinho impregnado na carne. Reserve o vinho.

Em uma frigideira à parte, dê uma refogada rápida na carne. Vai refogando e separando a carne. Provavelmente você terá que reforgar a carne em dois tempos, pois 1,5 kg é muita carne.



Depois de tudo preparado vamos começar a fazer o prato de fato.

Pique uma cebola média. Em uma caçarola bem grande, coloque 7 colheres de sopa de azeite e refogue a cebola. Depois de uns dois minutos, adicione a colher de sopa de farinha de trigo e mexa bem para que não empelote.

Coloque toda a carne que estava reservada. Quando ficar bem sequinho, adicione a xícara de cachaça e, em seguida, flambe a carne acendendo com um fósforo. Deixe abaixar o fogo. Após, jogue toda a marinada, incluindo a cenoura, alho poró e retire o bouquet garni. Adicione também o 1/2 litro de caldo de carne.

Tampe a caçarola e bote no fogo mais baixo possível.

2 horas depois dê uma conferida: prove a carne. Tem que ficar um caldo, como se fosse uma sopa. Não deixe secar todo o vinho.

Provavelmente, em duas horas ou um pouco antes, estará pronto. O alho poró estará desmantelado e a carne e a cenoura bem cozidinhas.

Adicione o restante: bacon, champignon e as cebolinhas. Misture tudo com uma colher. Por último, jogue a salsinha picada e sirva pra galera com arroz branco e purê de batata. Se puder, ofereça um vinho da Borgonha!




Tenho certeza de que todos vão gostar.

Boa sorte!

Um beijo e um abraço.

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Olá, sou carioca e um grande apreciador de um bom prato. Com este intuito, tentarei escrever as minhas impressões sobre os restaurantes em que eu vier a comer - descrevendo qualidades e defeitos de cada um. Caso tenha o interesse de complementar as minhas opiniões, por favor, não deixe de contribuir. Restaurantes bons devem ser vangloriados, enquanto restaurantes ruins devem ser evitados. Não concorda? Então, vamos lá... Mãos ao garfo!