segunda-feira, 27 de abril de 2009

Ten Kai - Parabéns, Bruno

Amigos e amigas,

há dois finais de semanas, mais especificamente no dia 18 de abril, foi aniversário do amigo do blog, Bruno.

Bruno, que é conhecido pelos apelidos de Bruninho; Nininho; Mudo; Garoto Juca; Caju; Mascote; USTEDES; também responde pelo nome profissional de Bruno Marinho. E é justamente com esse nome que ele atende aos telefones de seu badalado escritório de arquitetura, onde trabalha em sofisticados projetos no Rio de Janeiro, juntamente com o seu pai, Luiz, e sua a irmã, Mariana. (Vejam o seu trabalho em http://www.luizmarinho.com e peçam dicas ao arquiteto)

Além de arquiteto, Bruno possui outras habilidades, tais como: saxofonista, faixa preta de Jiu Jitsu, diretor de fotografia cinematográfica, professor internacional de artes marciais, dançarino portenho e surfista. No surf, em particular, ele disputa, a foice, o título de big rider da galera.



Já participou de diversas aventuras com o proprietário deste blog e, entre elas, destaco os episódios "Como passar de forma mais desconfortável um carnaval em Salvador" e "USTEDES y NOSOTROS - uma dupla carioca em Buenos Aires". Vale ressaltar que, quanto maior o "perrengue" da aventura, mais se pode contar com ele - um legítimo sócio proprietário da Vavá Tur.

Pois bem, esse nosso herói comemorou mais um aniversário e escolheu como local de comemoração o restaurante Ten Kai, localizado em Ipanema. Fomos "cum tudo" para homenageá-lo, sabendo, antecipadamente, que o Ten Kai é um restaurante japonês de qualidade. Eu particularmente já o conhecia, mas na época em que ele era localizado na rua Barão da Torre.


O restaurante agora está na Prudente de Moraes, maior e muito bonito: uma iluminação aconchegante, sem ser escuro e com uma disposição agardável. Há na frente da porta um grande bar, onde é possível avistar os sushimen preparando a comida ao vivo. É possível ver nas paredes umas ripinhas de madeira clara que dão o tom ao restaurante. Bruno, por favor, depois faça um comentário da arquitetura/decoração com mais propriedade, okay?


No tocante à comida, posso afirmar que a qualidade dos sushis e sashimis impressionaram: peixes servidos com cortes delicados deixam quaisquer sushis e, principalmente, sashimis mais saborosos. A disposição em que eles são servidos no barco é artisticamente pensada.

Destaco o salmão da casa, pois estava sensacional. Há muito tempo não comia um salmão com tanto sabor. Acredito que ou o restaurante acomoda o salmão com toda a preucação necessária para manter o seu sabor, ou possui um fornecedor diferenciado dos demais restaurantes japoneses.

Concluo que o Ten Kai é uma grande pedida para quem não o conhece. Felizmente, ele ainda não é um desse japoneses "da moda", em que é necessário aguardar horas na porta, em filas homéricas, por uma mesa.

E, ao Bruno, lhe desejo saúde, felicidade e sorte. Muita sorte, pois pelo que parece ele acaba de quebrar mais uma prancha após a última ressaca que passou pelo Rio de Janeiro! rs



Beijos e Abraços.

Ten Kai -Rua Prudente de Moraes, 1.810 -Ipanema, Rio de Janeiro (Tel. 2540-5100)

Luiz Marinho - Arquitetura e Design, Rua Visconde de Pirajá, 177 / 5º andar - Ipanema, Rio de Janeiro (Tel. 2513-2388)

domingo, 12 de abril de 2009

Le Blé Noir

Amigos e amigas,

semana passada pude retornar ao Le Blé Noir, restaurante de crepes, que fez grande fama em Copacabana. A verdade é que ele está mudado, reduziu de tamanho e não possui mais as "canjas" de Gigi do Acordeão às quartas-feiras. Mas continua soberbo, com crepes realmente franceses, o que deixa de ser necessário ir até a França para experimentá-los. Aliás, França não... Até a Bretanha. Já, já explico a diferença entre a Bretanha e a França.

Vale começar dizendo que o nome da casa, ou seja le blé noir , significa na verdade "o trigo negro", também conhecido como trigo sarraceno. O trigo sarraceno é altamente nutritivo, de baixa caloria e não contém glúten.



E este trigo negro é cultivado por toda Bretanha - região noroeste da França - e muito usado para as receitas do crepe bretão. Bom, então por que podemos dizer que o crepe de trigo negro é bretão, mas não é francês? Na verdade, é francês sim, mas se você perguntar a um bretão se uma receita ou um costume dele pertence a um parisiense também, ele, com certeza, não vai gostar muito não.

Isso se deve pela formação dos Estados europeus, onde cada cidade possuía costumes e culturas muito diferentes da cidade vizinha. Até hoje esses costumes são bem diferenciados e, no caso da Bretanha, seus habitantes não se acham nem um pouco francês, e sim bretões.

Para entendermos um pouco mais dessa diferença, precisamos nos apegar à história: depois da conquista da Gália pelos Romanos, a Bretanha fazia parte da Armórica (aquela região em que os irredutíveis gauleses, Asterix e Obelix, viveram.). Cerca de 500 d.C., os Bretões da ilha da Bretanha (a Grã-Bretanha atual), atacados pelos Anglo-saxões emigraram para o Noroeste da França, trazendo os seus costumes e língua. A região passou a se designar Bretanha com a sua chegada. Muitos designam-na, também, de Pequena Bretanha, por oposição à ilha de onde vieram. No início da Idade Média, a Bretanha foi dividida em três reinos - o Domnonée, a Cornualha, e o Bro Waroch - que foram incorporados ao Ducado da Bretanha. O Ducado da Bretanha esteve independente do reino de França até 1532. Guardou os seus privilégios (legislação e impostos próprios) até a Revolução Francesa.

Após toda essa introdução, me sinto mais tranquilo em começar a dizer sobre o Le Blé Noir e seus crepes. Como dito inicialmente, ele está bem menor que antigamente, mas muito aconchegante. Não tenho dúvida que ele possa ser considerado um restaurante romântico, pois, mesmo com toda a sua simplicidade, o clima de luz de velas, as músicas francesas ao fundo e os crepes acompanhados de saladas são surpreendentes.

Pedimos um Crepe de Shitake com queijo Saint Paulin e um Crepe de Cogumelos Paris com Queijo Ementhal.



Eu, particularmente, não conhecia o queijo Saint Paulin, mas arrisquei mesmo assim. Posso dizer que o queijo Saint Paulin foi inicialmente produzido pelos monges "trapistas" de Saint Paulin, em Québec, no Canadá. Sim, esse queijo é quebecoin de nascença. No entanto ele atualmente é largamente produzido na baixa-normandia, em Lorraine e, é claro, na Bretanha. Possui um gosto forte, mas para quem gosta de queijos, não se arrependerá da escolha. Me lembrou o Saint Marcelin. Bom, ao menos, há algum santo no meio deles!




O mais importante que posso dizer é que a combinação deste queijo com o Shitake ficou ótima, pois como o shitake não tem um gosto forte, não houve um briga de sabores.

O outro crepe também estava ótimo, mas muito mais leve, pois o ementhal é um queijo com um sabor muito delicado - e os cogumelos Paris apenas deram uma consistência ao recheio do crepe.

Para nos tornarmos verdadeiros bretões, só faltou beber cidra, procedente do sumo de maçã fermentado - bebida típica do bretão. Na Bretanha há AOC (Appellation d'Origine Contrôllée) para as cidras.

Após degustarmos tudo, chegou a hora de ver se o trigo sarraceno era capaz de oferecer crepes doces tão bons quanto os salgados.

Pedimos dois crepes de sobremesa: (1) crepe de sorvete de creme, licor de cassis e farofa de nozes; e (2) Trouxinhas de chocolate.



Os dois estavam perfeitos, sendo que o primeiro chamou mais a minha atenção, pois o licor de cassis deu um toque especial, de modo que este crepe poderia ser sobremesa de qualquer restaurante, que seria de comer rezando, em qualquer parte do planeta.

No entanto, como gosto de chocolate, principalmente amargo, não posso preterir o segundo como de classe inferior. Os crepes aqui eram dobrados em forma de trouxinhas, recheados com um sorvete de creme em uma consistência perfeita e "atolados" em uma calda de chocolat amarga. Parfait!



Bom, aceite a minha sugestão: vá ao Le Blé Noir e tire as suas próprias conclusões.

Beijos e abraços!



Rua Xavier da Silveira, 19 - Copacabana, Rio de Janeiro (Tel. 2267-6969)

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Moqueca de Peixe Light

Amigos e amigas,

hoje não falarei sobre nenhum restaurante, mas sobre algumas experiências.

No fim de semana passado, eu fui convidado para participar de uma maratona de revezamento, o Super 40. Essa maratona é tradicional no Rio de Janeiro e possui ao todo 40 Km para serem divididos em até 10 atletas- 4 Km cada. Nunca fui de correr, mas como os meus amigos do trabalho me convidaram, com o objetivo de completar a equipe, não pude negar.



Mas confesso que eu estava morrendo de medo, principalmente, por não ter certeza se tinha condições (preparo) para completar os 4 Km de prova. Ainda por cima, por eu ter me comprometido em abrir a prova.

No entanto, eu coloquei na cabeça que eu ia fazer "um bonito", ou, ao menos, o melhor que eu podia.

O curioso é que eu no sábado anterior a prova, com intuito de me concentrar, fiquei vendo um programa de corrida - não lembro o nome. No final do programa, o apresentador dava uma receita de peixe que me pareceu muito gostosa: uma moquequinha light.

Alguns dos amigos do blog devem saber que eu gosto de me aventurar na cozinha, mas também morro de medo de tentar fazer peixe. Acho que esse medo vem de alguns fracassos passados.

Mas no sábado mesmo pensei que como iria enfrentar o montro dos 4 Km no dia seguinte, eu poderia enfrentar o monstro do peixe em seguida. Mataria assim dois montros de uma vez só! Bom, só aprende quem tenta - tanto na maratona quanto na cozinha.

Ainda no sábado fui ao supermercado e comprei todos os ingrendientes, com exceção do peixe, necessários para prepará-lo.

No domingo abri o revezamento com um tempo de 22 minutos, que em média significa 5 minutos e 30 segundos por quilometro - o que na minha opinião, pode ainda ser melhorado! Já com a medalha no peito fui a feira do Jardim Botânico, na rua Lineu de Paula Machado, e comprei três postas lindas de robalo.




Meti a mão na massa e garanto a todos que ficou muito bom. Vou replicar a receita abaixo e garanto que ganhei medalha de ouro no resultado do preparo do peixe.

2 postas de peixe (robalo, badejo, cherne, pescada, cação)
Sal e pimenta a gosto
Alguns dentes de alho
1 limão verde
3 tomates picados sem pele e semente
1 cebola grande picada
¼ pimentão amarelo cortado bem fino
¼ xícara de chá de cheiro verde picado
½ xícara de chá de coentros picados
100 ml de leite de coco light

Antes de começar o preparo do peixe, tire aquela ponta inferior da posta que, mesmo tendo carne, tem umas espinhas (atenção, não se confunda com a parte superior da posta que possui uma espinha estruturante). Coloque as postas em uma travessa com alho e regue com água gelada e o suco de um limão. Reserve o peixe submerso em água gelada por 15 minutos na geladeira. O objetivo é tirar qualquer gosto mais forte de maresia que o peixe possa vir a conter.

Faça um refogado com metade da cebola, dos tomates e do pimentão. Seque toda a água do peixe e tempere-o com alho sal e pimenta. Coloque as postas na panela e acrescente as outras metades dos temperos. Junte o coentro, a salsa e por fim o leite de coco light. Tampe a panela e deixe no fogo por cerca de 15 minutos.





Sem dúvida nenhuma, foi um domingo de gosto e de confiança: na maratona, eu tive uma ótima sensação e vi que posso tentar voos maiores. Tanto que já estou me preparando para uma corrida de 16 Kms em breve. Na culinária, não apenas perdi o meu trauma com o preparo de peixes como recomendo a todos a tentarem também. Até porque, se a ciência estiver certa, peixe é a carne mais saudável de todas!

Vamos nessa comigo?

Boa sorte!

Beijos e Abraços

Quem sou eu

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Olá, sou carioca e um grande apreciador de um bom prato. Com este intuito, tentarei escrever as minhas impressões sobre os restaurantes em que eu vier a comer - descrevendo qualidades e defeitos de cada um. Caso tenha o interesse de complementar as minhas opiniões, por favor, não deixe de contribuir. Restaurantes bons devem ser vangloriados, enquanto restaurantes ruins devem ser evitados. Não concorda? Então, vamos lá... Mãos ao garfo!