domingo, 30 de novembro de 2008

Tarantino

Nessa última quinta feira, fui com mais três amigos almoçar no Tarantino. A escolha do Tarantino na quinta-feira não foi a toa, pois toda quinta feira há no cardápio do dia a famosa Costelinha de Porco, ao molho barbecue, servido com batatas assadas com recheio de gorgonzola e salada caeser.

Bom, antes de falar sobre o prato vale comentar que o restaurante é muito agradável, possui uns três andares dentro de um casarão com pé direito enorme. Embora possua muitas mesas, se chegar tarde é bem provável que se espere mais de 30 minutos em uma fila. A decoração é bem agradável, com tijolinhos claros nas paredes e mesinhas de madeira. No terceiro andar ainda é possível ver a luz natural, pois parte do teto é feito com um telhado de vidro.



Como ele fica perto do local onde trabalho, acredito que já tenho ido lá muitas vezes. Já experimentei pratos no Tarantino que não apreciei, como por exemplo, a Ponta da Fraldinha. Entretanto, acredito que na maioria das vezes em que fui lá eu saí satisfeito. Portanto acho um restaurante válido, para o roteiro restaurantes do centro.

Além dos pratos do dia, existem também algumas combinações de pratos em que é possível montar à escolha do cliente.

No tocante a costelinha sugerida pelos meus amigos,confesso que nunca tinha experimentado. Como fui muito bem recomendado, resolvi arriscar, memso não gostando muito de carne de porco.



É, realmente seria uma grande lástima eu não experimentá-la pois realmente a costelinha é válida. O molho casa bem com a carne. Único senão, é quanto a babata assada com recheio de gorgonzola. Embora ela estivesse muito gostosa, acredito que ela fica um pouco pesada para acompanhar a costelinha. A salada caeser estava muito bem preparada e servida.

Para acompanhar esse prato, aceitei a sugestão do Cardápio e pedi uma taça de vinho tinto produzido pela Concha y Toro (Carménère e Cabernet Sauvignon), a preços razoáveis.




Vale lembrar que a casa serve às segundas feiras o 'almoço caseiro', composto de bife, farofa, arroz babata frita e ovo - muito simples e muito gostoso. E, nas quartas há também o atum na crosta de gergilim, com risoto de açafrão e palmito - imperdível!




Semana passda escrevi uma resenha sobre o Café da Moda, e a minha maior crítica a casa foi em relação ao seu custo benefício. Eu, particularmente, acredito que o Tarantino possui o melhor custo benefício da região.

Um beijo e um abraço,



Rua Senador Dantas 55, Centro - Rio de Janeiro.

sábado, 22 de novembro de 2008

Chateau Los Boldos, Cuvée Tradition, Carménère, 2007



Mais ou menos 7 dias atrás, fomos, em quatro casais, à pizzaria Stravaganze e pedimos uma garrafa de um vinho chileno, Chateau Los Boldos, safra 2007, feito de uvas caménère. Eu não conhecia tal vinho, e preciso admitir que o vinho é bom, mas que não vale ser bebido por mais de R$ 30,00 - seja em casa, ou seja em restaurante. Não tem nenhuma atratividade espetacular que o justifique cobrar mais que isso. Seria um bom vinho para o dia a dia. Infelizmente, o seu preço na pizzaria é R$ 54,00.

Desse modo, penso que algumas casas vem comprando caro alguns vinhos ou, até mesmo querendo lucrar muito, fixando assim seus preços no cardápio de modo injustificável. Alguns restaurantes acreditam que ter uma boa carta de vinho é ter uma diversidade de vinhos de vários lugares do mundo. Eu acredito que os restaurantes que têm a pretensão de oferecer uma boa carta de vinho deveriam escolher vinhos que possam ser cobrados, em suas casas, de modo adequado com a sua qualidade.

Fiz uma pequena pesquisa para ver por quanto ele custava nas lojas e acredito que o que acontece com o Chateau Los Boldos é isso: ele já chega ao Brasil por um preço de R$ 40,00, ou seja caro até para ser consumido em sua própria casa. Esse produtor ainda possui outros vinhos de superior qualidade, como Vielles Vignes Cabernet Sauvignon e o Grand Cru (assemblage Cabernet Sauvignon 80% e Merlot 20%)).

Repito: o Chateau Los Boldos, 2007,Carmenère não é ruim, muito pelo contrário, é bom. Apenas, não condiz com o preço que é cobrado na pizzaria Stravaganze, nem para o consumidor direto nos mercados.

Um beijo e um abraço.

Café da Moda

Sexta-feira, após o feriado de Zumbi, fui com mais dois amigos ao Café da Moda. Este restaurante fica dentro da loja Folic do Centro do Rio, e dificilmente alguém que não o conhece sabe que, no seu interior, há um restaurante. Embora muito camuflado, já havia escutado bons comentários.

O melhor desse restaurante é que ele também é bem perto de qualquer escritório do Centro do Rio - o que faz com que haja certa espera nos dias de maior movimentação. Mas, como sexta-feira após feriado é quase um dia morto, pudemos pegar rápido uma mesinha, após ver algumas roupas femininas expostas no primeiro andar.

Infelizmente, vivenciamos experiências não muito positivas. Eu e meu amigo S.M. pedimos uma bavette (fraldinha) com molho de gorgonzola e batata wedges - que nada mais é do que uma batata dourada rústica, temperada com ervas desidratadas (me pareceram ser salsa, tomilho e alecrim) e sal grosso. Acompanhava também uma salada ceasar. A senhora B. pediu um prato muito parecido, no qual, em vez de ter a bavette, havia um frango com um molho com gosto de molho barbecue do McDonalds.



Pedi uma taça de vinho de nome que não lembro, mas feito da uva carménère. Mas, antes de pedi-lo, perguntei ao garçom se existia outra opção de vinho em taça, mas ele me informou que o vinho em taça da casa era somente aquele que estava no cardápio.

Veio o vinho e logo depois os pratos. O vinho não era de boa qualidade - parecia estar aguado. Já o prato escolhido, eu faço as seguintes críticas:

- O molho muito espesso parecia não ter diluído de forma adequada o gorgonzola. Dessa forma, o molho se apresentava com uma aparência meio esverdeada, devido à concentração dos fungos do próprio queijo. Acredito que se o queijo tivesse sido misturado adequadamente a sua base, o molho estaria em uma consistência melhor e também com uma apresentação mais apetitosa;

- A batata, se tivesse sido temperada com ervas frescas em vez de ervas desidratadas, poderia ter sido aproveitada de forma melhor e ser considerada uma batata mediterrânea. Na minha opinião, a batata podia ter sido assada apenas com o alecrim/tomilho e após serem adicionadas as outras ervas frescas;

- Por último, acredito que os croutons da salada ceasar estavam bem duros.

No meio do almoço, a senhora B. me pediu para provar o frango dela, pois, segundo ela, o frango estava com gosto de "pena". Provei-o, mas nao diria que o frango estava com gosto de "pena", até porque, que eu saiba, eu nunca comi "pena". Mas realmente me parecia que o frango tinha sido servido mal passado ou coisa parecida. Não saberia definir bem o porquê, mas realmente estava estranho.

Por fim, a redenção: foram servidos biscoitos e bolinhos bem gostosos com o café.

Para minha surpresa, na conta, o meu vinho foi computado como "Taça Cabernet Sauvignon", com um preço 50% mais caro que o do cardápio. Comentei com o garçom que logo trocou a conta. Mas me chamou atenção o fato de no início eu ter perguntado a ele se o único vinho em taça que a casa servia era o carmenère e ele me disse que sim. Mas pelo visto ele não estava muito certo...

Aliás, ele não parecia muito certo: por diversas vezes ele passava pela nossa mesa gargalhando sozinho. Mas o que chamou mais a atenção de todos nós foi, após termos escolhido os pratos e voltarmos a conversar, ele nos interromper afoitamente para esclarecer que o "banheiro feminino não ficava no andar de meio e sim no andar de baixo". Respondi com um simples: "curioso!".

Pensei logo que a senhora B. fosse ter problemas durante a refeição, mas graças a Deus isto não ocorreu - ao menos que eu saiba.

No tocante às críticas descritas aqui, gostaria de ressaltar que acredito que elas são válidas de acordo com a proposta do restaurante e também em função do preço que eles cobram. Concordo que o ambiente lá é agradável e imagino que é um lugar ótimo para almoçar e relaxar das neuras do Centro do Rio. Mas, justamente neste sentido e pelo preço que é cobrado, acho que o restaurante ainda tem muito que melhorar. Caso contrário, valerá comer por menos em um bom restaurante a quilo pelas redondezas.

Um beijo e um abraço.


Rua Gonçalves Dias, 49/3º Piso, Centro - Rio de Janeiro (Tel: 2222-0610).

domingo, 9 de novembro de 2008

Boeuf Bourguignon

Amigos e amigas,

Boeuf Bourguignon é uma receita de um típico picadinho metido a besta. Feito à base de um bom vinho da borgonha (é preferível, mas como qualquer vinho da borgonha é caro, a recomendação é que seja feito com um vinho menos caro. A exemplo: qualquer cabernet sauvignon).

O curioso é que qualquer comida francesa possui muita sofisticação ou pompa. No entanto, o Boeuf Bourguignon é a tradução do por que de toda esta sofisticação. A explicação é muito simples: os franceses têm um enorme respeito pela carne. Depois de séculos e séculos em guerra, os franceses aprenderam a não desperdiçar nenhum pedaço. Nem os pedacos menos nobres, como músculo, peito e partes mais duras do boi. As receitas mágicas aparecem de modo que eles consigam transformar carnes mais duras em verdadeiros manjares. Até bem pouco tempo era possível comê-lo no Miam Miam. Não sei se ele ainda se encontra no cardápio permanente da casa.

Através do ritual de preparação do boeuf bourguignon é possível visualizar todos os séculos de história da culinária francesa. Agora, o que muitos não sabem é que a gastronomia francesa não é fácil de se gostar: as comidas são pesadas, gordurosas e, em muitas vezes, são impossíveis de se comer muito.

O boeuf bouguignon não foge a essa regra. Mas é um ótimo prato para servir aos amigos que te fazem uma visita no final de semana. E, ainda por cima, você faz um bonito e tira onda de cozinheiro francês.



Foi justamente o que aconteceu há três finais de semanas quando um casal de amigos veio me visitar, na minha caverna, num sábado frio.

Pensei comigo o que fazer e não tive dúvida. O boeuf bourguignon é um ótimo prato para os dias mais frios. Verdade seja dita, é um prato que dá um trabalhinho, pois tem que começar a prepará-lo no dia anterior. Mas é muito fácil - deixa de preguiça e vamos nessa.

Tentarei compartilhar a minha receita com vocês:

De 4 a 6 pessoas (3 casais) (Lembre-se: se sobrar é uma comida ótima para o dia seguinte)

Etapa 1

Para a Marinada (no mínimo 12 horas antes de comecar a preparar o prato)

- 3 dentes de alhos grandes
- 1 cebola grande
- 1 galho grande de tomilho
- 1 galho grande de alecrim
- 1 galho grande de salsa (ou salsão)
- 1 talo de alho poró
- pimenta do reino a gosto
- se quiser colocar uma pimenta dedo de moça picadinha também vale
- 2 cenouras médias picadas em cubos grandes
- 1,5 kg de Peito, músculo ou alcatra picados em cubos grandes
- uma garrafa de vinho tinto (Cabernet sauvignon, s'il vous-plaît)

Bom, essa parte é bem simples. O problema é que tem que colocar em uma bacia a carne temperada com a pimenta do reino, alho picado e cebola, na marinada do vinho por no mínimo 12 horas. Acrescente a cenoura e o alho poró picado em rodelas finas. Pegue uma gaze e embrulhe o galho de salsa juntamente com o tomilho e o alecrim e os amarre com um barbante (ou fio dental) e jogue na marinada. O nome que se dá para essas ervas ammarradas na marinada é bouquet garni. Utiliza-se o bouquet garni quando queremos temperar algo sem deixar vestígios das ervas depois.



Etapa 2

No dia seguinte, precisaremos:

- de 100 a 200 gramas de bacon em cubinhos (depende da sua preferência)
- 150 gramas de champignon médio em conserva
- 24 cebolas miúdas (échalotes pequenos)
- uma colher de sopa de açúcar
- 1/2 litro de caldo de carne (qualquer marca)
- 1 colher de sopa cheia de farinha
- uma cebola média
- 6 colheres de azeite
- uma porção de Salsinha picada para o grande final
- uma xícara de chá de cachaça

Bom, galera, se chegamos até aqui, não poderemos amarelar. Aviso que essa minha receita é uma mistura de diversas receitas que eu já vi por aí. Depois de tanto fazer e refazer esse prato acredito que eu encontrei a receita que mais me atraiu.

Vamos lá: primeiro, descascamos as 24 cebolinhas e as fritamos. Dica para descascar cebolinhas ou cebolas: colocá-las em água fervendo durante 30 segundos - depois as cascas saem com mais facilidade. Depois delas sem cascas, refogue-as em duas colheres de sopa de azeite. Quando elas entiverem bem transparentes, começando a dourar, coloque uma colher de sopa de açúcar em cima delas e uma xícara de água. Espere a água ferver. Dê mais 5 minutos. Retire as cebolinhas e as reserve.

Frite todo o bacon. Deixe ele ficar crocante - reserve-os também.

Dê uma refogada, em duas colheres de azeite, no champignon. Depois de 5 minutos, os reserve também.

Bom, agora é que começa a brincadeira: retire a carne da marinada. Tente secar o vinho impregnado na carne. Reserve o vinho.

Em uma frigideira à parte, dê uma refogada rápida na carne. Vai refogando e separando a carne. Provavelmente você terá que reforgar a carne em dois tempos, pois 1,5 kg é muita carne.



Depois de tudo preparado vamos começar a fazer o prato de fato.

Pique uma cebola média. Em uma caçarola bem grande, coloque 7 colheres de sopa de azeite e refogue a cebola. Depois de uns dois minutos, adicione a colher de sopa de farinha de trigo e mexa bem para que não empelote.

Coloque toda a carne que estava reservada. Quando ficar bem sequinho, adicione a xícara de cachaça e, em seguida, flambe a carne acendendo com um fósforo. Deixe abaixar o fogo. Após, jogue toda a marinada, incluindo a cenoura, alho poró e retire o bouquet garni. Adicione também o 1/2 litro de caldo de carne.

Tampe a caçarola e bote no fogo mais baixo possível.

2 horas depois dê uma conferida: prove a carne. Tem que ficar um caldo, como se fosse uma sopa. Não deixe secar todo o vinho.

Provavelmente, em duas horas ou um pouco antes, estará pronto. O alho poró estará desmantelado e a carne e a cenoura bem cozidinhas.

Adicione o restante: bacon, champignon e as cebolinhas. Misture tudo com uma colher. Por último, jogue a salsinha picada e sirva pra galera com arroz branco e purê de batata. Se puder, ofereça um vinho da Borgonha!




Tenho certeza de que todos vão gostar.

Boa sorte!

Um beijo e um abraço.

Quem sou eu

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Olá, sou carioca e um grande apreciador de um bom prato. Com este intuito, tentarei escrever as minhas impressões sobre os restaurantes em que eu vier a comer - descrevendo qualidades e defeitos de cada um. Caso tenha o interesse de complementar as minhas opiniões, por favor, não deixe de contribuir. Restaurantes bons devem ser vangloriados, enquanto restaurantes ruins devem ser evitados. Não concorda? Então, vamos lá... Mãos ao garfo!